Os 3 Tipos de Organizações Ágeis

As Organizações Ágeis parecem ser o arranjo organizacional ideal para enfrentar as incertezas que o mercado tem imposto com cada vez mais intensidade. Porém, muito pouco se sabe sobre quais são as formatações possíveis para desenhar esses tipos de estruturas organizacionais.

Por isso, nesse artigo vamos demonstrar os 3 tipos de organizações ágeis, destacando exemplos e apontando em quais casos elas são mais adequadas.

Organizações Tradicionais vs Organizações Ágeis

As organizações tradicionais foram formatadas em um cenário que simplesmente não existe mais. Desenvolvidas com a visão do início do século XX, onde havia poucas empresas, poucos meios de comunicação e necessidades de consumo muito padronizadas, essas organizações viveram uma era de ouro do capitalismo moderno. Mas nos anos de 1980, as coisas começaram a mudar.

Nessa década, os chamados Tigres Asiáticos, impulsionados principalmente pelo Japão, começaram a demonstrar que era possível fazer produtos personalizados com um preço acessível. A era dos produtos altamente padronizados estava começando sua trajetória de queda.

A partir dali os mercados foram ficando cada vez mais turbulentos. Com a massificação das tecnologias de informação e comunicação e a chegada das mídias sociais, o mercado digital ganhou vida própria. Somado a isso, países importantes coma a China, Singapura e outros países do Leste Europeu abriram suas fronteiras e conectaram suas cadeias produtivas ao restante do mundo.

Com esse cenário atual, as organizações precisam atender a necessidades cada vez mais personalizadas e a uma velocidade cada vez maior. A geração de demanda e desejo no consumidor não é mais da empresa para o cliente, é do cliente para a empresa. Com isso, as organizações precisam ser cada vez mais flexíveis.

É aí que surgem as organizações ágeis. Essas organizações precisam ser estruturadas de forma a responder com rapidez e flexibilidade as demandas dos seus clientes.

É aí que surgem as organizações ágeis. Essas organizações precisam ser estruturadas de forma a responder com rapidez e flexibilidade as demandas dos seus clientes. Mas para isso, precisamos entender que existem algumas formas de se fazer isso.

Os 3 tipos de Organizações Ágeis

Podemos dizer que as organizações ágeis podem ser classificadas em 3 tipos: Inter-Funcionais, Autogerenciáveis e Flow-to-Work.

As formatações apresentadas na figura acima são relacionadas aos times. É nesse nível de Planejamento Ágil, conforme falado aqui, que a organização precisa praticar com mais intensidade a agilidade. Vamos ver cada um em detalhes.

Times Inter-Funcionais

Esses times são ideais para empresas que trabalham com o desenvolvimento de novos produtos e projetos em uma frequência muito alta. Essas empresas precisam de equipes fixas e multidisciplinares para conseguir atingir esse alto nível de desenvolvimento. Um exemplo que podemos citar aqui é o Google.

Empresas de tecnologia, como o Google, possuem muitos produtos que precisam estar sempre sofrendo algum tipo de desenvolvimento. Por isso, a empresa entende que é necessário dividir suas equipes pelos seus produtos.

No Google, há a equipe do Gmail, do Chrome, do Meet, e várias outras. A ideia é que cada uma dessas equipes tenha autonomia para desenvolver o produto de ponta a ponta, sem necessitar de qualquer ajuda de recurso externo a equipe. Ou seja, a equipe possui autonomia total para realizar suas entregas, apenas com o compromisso de não ultrapassar o limite de gastos que ela possui.

Times Autogerenciáveis

Os times autogerenciáveis, por sua vez, são mais adequados para atividades que exigem manutenção e/ou suporte de produtos e serviços. Um bom exemplo que podemos citar aqui são empresas de atendimento ao cliente.

Diferentemente dos times inter-funcionais, os times autogerenciáveis não são multidisciplinares. Normalmente, esses times contam com especialistas que atuam em uma determinada área, e suas especialidades se complementam umas as outras.

Em empresas que fornecem suporte de TI, por exemplo, é normal que haja especialistas em análise, em desenvolvimento e em testes. Ou seja, as especialidades dos membros da equipe são distintas, porém todos são especialistas em TI.

Mas assim como acontece nos times inter-funcionais, essas equipes precisam ser fixas. A ideia com isso é que a medida que o tempo vá passando os membros da equipe comecem a aprender a trabalhar em conjunto e comecem a se autogerenciar, definindo suas prioridades, adequando seus processos e suas formas de trabalho.

Times Flow-to-Work

Por fim, os times flow-to-work podem ser entendidos como uma forma híbrida entre os dois outros tipos de times que vimos antes - os inter-funcionais e os autogerenciáveis. Um exemplo que podemos citar aqui são empresas de telecomunicações.

Empresas de telecomunicações precisam basicamente lidar com dois tipos de atividades - infraestrutura e relacionamento com o cliente. Isso significa que podem surgir projetos dentro dessas empresas de diferentes naturezas, como projetos de gestão, projetos técnicos e projetos comerciais.

Com essa característica, as empresas podem ter equipes fixas, sejam elas inter-funcionais ou autogerenciáveis, mas que em algum momento precisam de um recurso especialista, apenas para um projeto específico. Nesse sentido, é necessário que exista um pool de recursos, onde esses recursos especialistas são alocados as equipes para atender pontualmente a demandas específicas. Por isso esse tipo de arranjo é chamado de flow-to-work, pois alguns recursos da organização flutuam (flow) entre as equipes.

Concluindo...

Como é possível verificar, todos os tipos de empresas podem ser estruturadas para se tornarem organizações mais ágeis. Até porque, o arranjo organizacional que as organizações tradicionais se formaram já não consegue mais atender com rapidez as demandas de mercado que lhes estão sendo impostas. Elas são verticais, rígidas e lentas demais.

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